Nossos cabelos já foram livres
Assim como os pássaros
Hoje a voar
Pelos vãos de árvores esqueléticas
Conto os frutos que alimentam insetos
Ao chão
Faminta
Leio livros
Que não caibam
poesia
Desejo
Para poemizar a dor
Tecer democracia
Aliciada pelo mar que te levou
Hoje canto sim
Com o canto da boca
Por que o soar pode ser lido suor
Um suor que retrata a escravidão contemporânea
E ser escrava de mim mesma
Acorrentada pelas mãos e pensamentos
Por pensar como a minoria
É o que me faz revelar
Ou me soltem os cabelos ou voarão ao vento...