terça-feira, 11 de novembro de 2014

Uma Vida

(sabe lá quantas outras)


Ando de um lado para outro, dentro de mim
Sou como você me vê
e daí a dificuldade de qualquer precisão

A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Uma canção sobre um berço
Ante o mistério da amplidão suspensa

O mistério alegre e triste de quem chega e parte
Pensar incomoda como andar à chuva
As orações cuja alma é um ser fecundo

De que vale tentar reconstruir com palavras
meu corpo nascido numa porta-e-janela da Rua dos Prazeres
não cabe no poema

A natureza só permite aos gênios uma filha: sua obra
 Depois que morre, vira hipótese. “É ou não é?"
Nada de imitar (seja lá quem for)


A palavra é disfarce de uma coisa mais grave
A coisa mais fina do mundo é o sentimento
Assim que escurecer vou namorar

A vida é assim: esquenta e esfria
Inútil fugir, inútil resistir, inútil tudo
É preciso sofrer depois de ter sofrido, e amar, e mais amar, depois de ter amado

Qualquer curva de qualquer destino que desfaça o curso de qualquer certeza

Dizem que a vida é assim: cinco sentidos em mim.

Todas as coisas do mundo não cabem numa ideia. Mas tudo cabe numa palavra, nesta palavra tudo
Em tantos sentimentos deve haver algum que sirva...

Renasce remorre renasce
remorre renasce
remorre

 CLIPE 2014 - exercício que se fez necessário apropriar-se de poemas de outros poetas para estudo. 

Um comentário:

Anônimo disse...

o ciclo
a cena
noite imensa
no êxtase
afagar