por Dani Peneluppi – 16/10/2014- clipe
Rolou crise. Sorvete derretido. Botei fora as botas, mesmo
ciente das vésperas de natal e de que minhas meias estavam furadas. Sim,
novembro é Natal para quem precisa ler cartas, produzir brinquedos, embalar,
botar fitas, entregar tudo isso para todas as crianças, em
todos os buracos deste mundo e ainda estar "bem vestido", sem cheiro de suor. Ou você acredita que
ser garoto propaganda, tirar fotos em lojas e corredores é simples? Hohoho,
quer um pedaço de Panetone? Agora, entre nós, haja um saco bem grande para
caber tudo isso. Ponha-se no meu lugar! Ah, se pegar o Cristo invertido que
criou esta minha profissão ingrata de Papai Noel. Coloco o azarado de ponta
cabeça na cruz e o sirvo a meia noite, na ceia dum asilo, no lugar do leitão. O
espírito de Natal baixou em mim, não? Com direito a uma maçã enorme e muita
calda adocicada na pururuca dele. Já imaginou que coisa doida eu sou? Todo
vestido de pelos, veludo, plumas, bota, cinto de couro entregando presentes no
calor escaldante de dezembro, por exemplo... No Vale do Paraíba? Por pouco não
rodo a baiana no Brasil. Só dá o nariz da minha rena piscando no céu. Preciso
de férias. Um ano sabático seria pouco. Mas nem por esse meu sorvetinho
favorito de bolacha de maisena com cereja deixarei de me vingar. Decidido. Este
ano não darei brinquedos, servirei as ceias de natal. Mostrarei o verdadeiro sentido
dos hipnóticos pisca-piscas ligados de cada arvorezinha morta/viva/falsa, que
seja. E amém, nada de trabalho voluntário às criancinhas fazendo bicos e caras
de choro pedindo pirulitos. Ho ho ho, meu peru de Natal a todos. Agora Ele, o grande
sistema... CAPITA? Terá que me engolir. Melhor, este ano ele será devorado... Vai
aí um pedaço?
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